Eu tenho cá minhas dúvidas.
Quando a gente vira mãe, não consegue fugir do clichê babaca de ficar imaginando o que vai ser do seu filho quando crescer. Eu brinco que o meu vai ser médico, engenheiro ou advogado, mas na verdade isso é só uma piada, pois não quero que ele vire artista esfomeado.
No final das contas, aqui em casa não se pensa muito no que a gente quer pro João. Mas sempre estamos falando sobre o que não queremos pra ele. E artista acabou entrando no meu campo de tolerância depois que passei a avaliar coisas piores que possam vir a acontecer. O campeão do desgosto seria ele se tornar membro de alguma seita evangélica tipo a Igreja Universal, ou ir atrás dos astros de Hollywood e se juntar com a laia da "Bola de Neve Church" (se ela existir até que meu filho tenha idade pra escolher sua religião ou não).
Numa dessas conversas sobre o futuro do pequeno João com o meu marido, sucedeu o seguinte diálogo:
Eu: E se ele virar gay?
Marido: Depende do tipo de gay. Acho que iria preferir se ele fosse um gay de categoria, tipo o meu pediatra.
Eu: Tipo o Evandro?
Marido: Isso mesmo! Um gay com cultura, não só a cultura gay bitolada. Um gay com postura, discreto, educado, essas coisas de gay com categoria.
Nesse meio tempo o marido teve uma idéia:
Marido: Acho que se algum dia ele vier nos contar que é gay, a gente poderia colocar ele em contato com gays de categoria, tipo o Evandro. Mandar ele pra passar umas férias na casa do "tio gay" pra tomar umas lições de etiqueta!
Poisé, cada pai pensa uma coisa. Eu acho que meu marido tem razão. Se for uma preferência, vamos manter a classe. Fico condoída de pensar nas mães dessas pobres crianças do vídeo abaixo e não paro de me perguntar, onde foi que elas erraram?
Agora, olhando bem pra cara do líder do grupo, tenho pena é dos netos dele...